Notícias de Bordo: A poesia sincrética de Linhares Filho
Cultivador de um gênero que resiste às técnicas e ao dinamismo de seu tempo, Linhares observa o humano e o expõe nos versos como que a maior exemplificação da vida, real e imaginária. O velho e o novo estruturam uma poesia cheia de apelos emotivos e circunstanciais. Dado o seu conhecimento acerca da arte poética, é capaz de produzir textos nas mais diversas formas: clássica, romântica, moderna, pós-moderna, sem abdicar da principal veia da poesia, a exaltação à arte de escrever, à Literatura.Seu livro de poemas, Notícias de bordo, indicado para o vestibular da UFC, é o motivo maior dessa edição.
Em Linhares, esta arte tece o ser humano nas suas mais variadas expressões, da alegria efusiva do nascimento à depressão e angústia da perda, da morte. Sem nenhum propósito estético-estilístico, podemos afirmar que os versos de Linhares Filho ilustram o ser humano, ou seja, é humanizado porque assim é a vida dentro e fora do indivíduo. Nós humanos somos um celeiro de sentimentos e ressentimentos, a vida ensina e malsina, porém ninguém quer deixá-la, senão os transgressores extremados, a exemplo de Quental e Sá-Carneiro, em Portugal, e Raul Pompéia em nosso país.
A fuga da vida, veja bem que não é a morte, mas uma não-intenção de viver, marca a poesia de Linhares Filho, um poeta que apenas reprisa o pessimismo sem adotá-lo, uma vez que credita os seus versos a uma evolução da humanidade, do ser humano enquanto criatura divina, porém sem ser a celeuma divinizada. Em Seres, que pode representar o processo de criação do escritor, o humano é mais humanizado, mas sem ser humanista, como bem se observa nas seguintes versos: Dos seres sendo produto, / sou deles nova versão. / Devendo-lhes um tributo, / exprimo-o pela criação. VEJA NO http://diariodonordeste.globo.com/materia
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